quinta-feira, janeiro 02, 2014

Melhores Leituras de 2013

O ano de 2013 acabou e, juntamente com as lembranças dos bons momentos que passamos, também somos agraciados com as lembranças das boas leituras que tivemos o prazer de fazer. Para mim, em virtude de uma rotina tumultuada que tentava conciliar trabalho e escola e, posteriormente, totalmente tomada pela corrida pelos vestibulares, não foi um ano de muitas leituras. Li vinte e cinco livros de ficção e, dentre eles, segue abaixo minhas melhores leituras do ano:

Dica de Leitor #3 O Sincronicídio, de Fabio Shiva

Sinopse

"E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder..."

Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.

"Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão..."

Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.

Leia e descubra por que O Sincronicídio não para de surpreender o leitor!




Opinião

Um livro que merece elogios. Depois de um começo instigante, a narração pega um ótimo ritmo que prende o leitor até o final. Os personagens mostram-se bem construídos e a história muito bem pensada. O livro não é nada pequeno, mas isso o torna melhor. Afinal, deixa de ser apenas mais uma história policial para construir camadas em torno da narrativa que são capazes de aprofundar o leitor a história, aos personagens e a própria mitologia criada pelo autor. Sem dúvida, o ponto forte encontra-se nas sugestões de irrealidade ao longo do romance como, por exemplo, o momento em que é sugerido ao personagem que ele está dentro de um livro e que nada daquilo é real. Um romance policial altamente recomendado.

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Dica de Leitor #2 A Companhia Negra, de Glenn Cook

Sinopse

Durante tempos imemoriais, o Dominador e a Dama, o mais poderoso casal de feiticeiros já visto, governaram todo o mundo conhecido com mão de ferro. De maneira implacável, eles venceram todos os seus oponentes e corromperam a alma de seus dez piores inimigos, transformando-os nos Tomados, seres condenados a servi-los por toda a existência. Contudo, um grupo rebelde, liderado pela misteriosa Rosa Branca, conseguiu aprisionar os tiranos e seus seguidores em um sono profundo.

Porém, séculos depois, a Dama e os Tomados finalmente foram despertados. Agora, eles estão decididos a recuperar todo o poder que lhes fora tirado. À medida que se dedicam ao processo de reconquista, o caminho de um deles, o Apanhador de Almas, cruza com o do grupo de mercenários conhecido como Companhia Negra. Por várias gerações, a Companhia serviu a diversos senhores, sempre honrando seus contratos e prosperando.

Contudo, esses dias de glória ficaram no passado. Hoje, o grupo se resume a um pequeno contingente que trabalha para o governante de uma ilha isolada. Tudo o que restou foram histórias, preservadas com afinco por Chagas, o médico da Companhia, que registra todas as suas atividades. Dessa forma, quando o Apanhador oferece a eles a chance de se juntar ao exército da Dama contra os rebeldes, a proposta é aceita de imediato.

O que era para ser uma gloriosa batalha pelo poder rapidamente se revela um pesadelo. Os Tomados são figuras repulsivas que lutam constantemente entre si, e a Companhia logo se vê enredada em intrigas, traição e manipulação. Em meio aos rumores cada vez mais fortes de que, em algum lugar, há uma criança que é a reencarnação da Rosa Branca, Chagas, os olhos e ouvidos do grupo, começa a questionar a própria participação nos eventos. Por mais forte que seja seu fascínio pela figura da Dama, ele não consegue deixar de pensar que, no fim das contas, a Companhia pode ter escolhido se aliar ao lado errado do conflito, e que as consequências dessa decisão podem ser terríveis.

Opinião

A história é muito boa – e do modo como acabou o livro, tornar-se-á melhor ainda. Notei algumas semelhanças (se foram coincidências ou propositais eu não sei) com O Senhor dos Anéis. A figura do mal, representada pela Dama, governa seus exércitos numa grande torre. Por vezes, Chagas – o protagonista – descreve um grande olho vasculhando sua alma e seus segredos. Tudo isso me lembrou de Sauron. E o interessante dessa comparação é a troca de lados nos dois livros. Em A Companhia Negra, nós acompanhamos o outro lado – o da Dama, representando o mal – tentando destruir o movimento rebelde, que supostamente representaria o bem. Mas esse é um conceito muito debatido por Glen Cook, que mais no final, dita a célebre frase na voz da própria Dama: “O Mal é relativo, Analista. Não se pode pendurar uma placa nele. Não se pode tocá-lo ou cortá-lo com uma espada. O Mal depende de como você se posiciona, apontando o dedo.” Uma grande reflexão que o livro traz.

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Dica de Leitor #1 O Nome do Vento, de Patrick Rothfuss

Sinopse

Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.

Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O Nome do Vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano? Os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.

Os Relatos de Frederyk Malory

Desde a época sombria da Idade Média, passando pelos eventos ocorridos em Salem até chegar aos dias de hoje, na forma de literatura e cinema, a bruxaria sempre foi um dos mitos mais presentes na sociedade, sendo inclusive motivo de debate para a maioria das religiões. Desde o início, à medida que o medo de bruxas se espalhava pela população, nascia também a vertente oposta, daqueles cuja missão era obstinadamente destruir e acabar com a raça das praticantes de magia negra. Com essa premissa, a Editora Buriti lançou em 2013 a antologia "Caçadores de Bruxas", da qual tenho o prazer de participar com o conto "Os Relatos de Frederyk Malory", a narrativa de um homem disposto a tudo para proteger a família, inclusive enfrentar horrores inimagináveis.

O Causador do Fim do Mundo e Tempos de Rei

Contar histórias é uma prática utilizada desde os primórdios da humanidade. Seja para deixar um legado para as próximas gerações, seja para entreter e alegrar o espírito daqueles que ouvem, sempre foi comum ao ser humano usar as palavras para descrever acontecimentos, fossem estes reais ou não. Nessa coletânea de trinta e quatro excelentes contos, cuja singularidade pode ser expressa em seu título pouco comum, um breve "!", participo com dois contos: "O Causador do Fim do Mundo" e "Tempos de Rei". O primeiro é uma história que narra as consequências que a ambição do ser humano pode trazer, enquanto o segundo acompanha os últimos momentos de Luís XVI, último rei da França, ao ser levado à guilhotina.

Mau Conselho


A antologia Excalibur – histórias de reis, magos e távolas redondas reúne doze contos baseados na lenda do Rei Artur e sua Távola Redonda em todas suas versões e interpretações, que se diversificaram e foram modificadas ao longo dos séculos, resultando hoje em grandes clássicos como As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley e As Crônicas de Artur, de Bernard Cornwell. Nessa coletânea da Editora Draco, lançada em 2013, tenho o orgulho de participar com o conto Mau Conselho, uma narrativa medieval que cria uma história alternativa para o mito arturiano, partindo do princípio que tudo o que conhecemos foi uma engenhosa mentira arquitetada por Merlin para esconder um grande segredo do reino.

Boas vindas

Arthur Schopenhauer, em sua obra A Arte de Escrever, uma vez disse:

"Poucos escrevem como um arquiteto constrói: primeiro esboçando o projeto e considerando-o detalhadamente. A maioria escreve da mesma maneira com que jogamos dominó. Nesse jogo, às vezes segundo uma intenção, às vezes por mero acaso, uma peça se encaixa na outra, e o mesmo se dá com o encadeamento e a conexão de suas frases. Alguns sabem apenas de modo aproximado que figura terá o conjunto e aonde chegará o que escrevem. Muitos não sabem nem isso, mas escrevem como os pólipos de corais constroem: uma frase se encaixa em outra frase, encaminhando-se para onde Deus quiser. A vida da 'atualidade' é uma grande galopada: na literatura ela se manifesta por sua extrema frivolidade e desleixo."

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